Dificuldades de Aprendizagem: um caminho para o tratamento

13-03-2009 00:00

 

No caminho da Educação, nem sempre tudo é sucesso e aprovação. A dificuldade de aprendizagem, que é considerada um distúrbio e pode ser gerada por problemas cognitivos ou emocionais, tem início já na alfabetização e muitas vezes impede que a criança tenha um bom desempenho escolar.

É importante que escola e família fiquem atentos com o comportamento e desenvolvimento da criança, pois, com muita freqüência, as dificuldades de aprendizagem são confundidas com desatenção em sala de aula, indisciplina, preguiça, agitação, cansaço, sono, dentre outros, que também atrapalham o aprendizado escolar. Nesse caso, todos os envolvidos no processo educativo da criança devem observar se as dificuldades são momentâneas ou estão persistindo há algum tempo.

Na maioria dos casos é o professor o primeiro a identificar que a criança está com algum tipo de dificuldade, porque apresentam desmotivação, incômodos com as atividades escolares, desenvolvendo um sentimento de incapacidade, seguido de frustração e rejeição dos colegas.

Para começar ajudar a criança, é necessário que escola e família “trabalhem unidas”.

Na escola, os professores podem tornar aulas motivadas e dinâmicas, valorizando o que a criança sabe fortalecendo sua auto-estima, mostrando o quanto ela é boa em atividades que tem habilidade, dando-lhe oportunidade de descobrir suas potencialidades, sem oferecer respostas prontas e sem rotular o aluno.

Carraher (2003, p. 25) nos diz que “mais importante do que fornecer a resposta correta à criança é fornecermos oportunidades para pensar e raciocinar”. Partindo desta reflexão, observamos que as crianças precisam ser estimuladas e compreendidas pelos seus professores, respeitando o ritmo escolar de cada uma delas, para não haver nenhum tipo de dificuldade de aprendizagem futura.

Os professores devem ter cuidado para não ajudar a causar o problema na criança:

“O desrespeito ao ritmo de construção da criança no ler e escrever pode criar uma dificuldade que se avoluma como “bola de neve”, podendo chegar a estancar o seu processo de verdadeira alfabetização. Ela começa a apelar exclusivamente para a memória e, a partir de um certo ponto, passa a não caminhar mais, ou mesmo a se recusar a cumprir qualquer tarefa relacionada à leitura e à escrita”. “...a grande ansiedade passa a bloquear a aprendizagem, em função do despreparo da escola em lidar com o desencontro entre o ritmo de algumas crianças e o ritmo geral da turma”. (WEISS, 2003, p. 96).

Em casa, os pais podem conversar, auxiliando no processo de aprendizagem, oferecendo segurança e atenção para ensinar o filho a aceitar as frustrações, criando um ambiente favorável para desenvolver seus estudos e estabelecendo limites de horários na realização de tarefas escolares, sem esquecer que cada criança tem um processo diferente de desenvolvimento, umas aprendem mais rápido, outras demoram um pouco mais. Por isso, é necessário que os pais respeitem o desenvolvimento integral da criança

Entretanto, se perceberem que algo não vai bem com a criança, não devem somente se restringir ao trabalho da escola e da família (este é o começo, mas não o tratamento), pois pais e professores podem ser importantes para descobrir se a criança possui alguma dificuldade, porém não possuem formação específica para fazer diagnósticos e tratamentos, que devem ser feitos por médicos, psicólogos, fonoaudiólogos e psicopedagogos, ou seja, é necessário procurar um especialista que os oriente.

Para obter resultados concretos, é imprescindível que, todos (pais, professores e profissionais da área) estejam envolvidos com um único objetivo: ajudar a criança.

Laboratório de Pedagogia-FEF
Prof. Psicopedagoga
Graziela Mazeti